Dra Noélia Arruda

(5) Entrevista à Revista Máxima sobre o meu livro “Manual para a Fertilidade, Gravidez e Amamentação”!

Entretanto a entrevista direcionou-se para os Mitos na gravidez.  Os maiores mitos para a gravidez é que a grávida tem de comer por dois. Mas o que eu recomendo é que a grávida deve comer para dois, o que significa que não é importante a quantidade, mas sim a qualidade. A maior riqueza nutricional presente em legumes, vegetais e frutas não tem um valor calórico considerado excessivo. Apesar dos alimentos terem calorias, e que são necessárias, o mais importante são as características desses alimentos e o impacto que vão ter no organismo, como por exemplo, descontrolar ou não os níveis de açúcar no sangue. A alimentação da grávida deve ter o foco para satisfazer as necessidades da grávida e as necessidades dos vários estádios de desenvolvimento do bebé, para que depois do parto a mãe/mulher não tenha consequências em termos de saúde por défices nutricionais. Por exemplo, no 3º trimestre o bebé recruta muito ferro, por isso é importante que a grávidas ao longo da gravidez tenha sempre uma alimentação rica em ferro, para criar boas reservas de ferro e para não ficar com anemia, o que é muito comum, infelizmente. Hoje em dia a verdade é que existe muita informação disponível, mas depois falta a adequação da alimentação específica para cada grávida de acordo com o trimestre que está, de acordo com as analises clínicas, de acordo com a sua história clínica, de acordo com a sua composição corporal, etc, etc. As recomendações alimentares devem estar sempre na base da dieta mediterrânea e nutrição funcional. Contudo, as recomendações gerais não se adequam a todas as pessoas porque há características fisiológicas e metabólicas que condicionam consumos alimentares mesmo que sejam saudáveis. Quero dizer com isso, que mesmo que as favas sejam saudáveis, se a grávida tem Favismo, é um risco para a saúde dela e do bebé. Ainda assim existe outras restrições gerais como o consumo de alimentos crus (peixes, queijos) que podem provocar a toxoplasmose e que pode colocar o bebé em risco. É verdade… infelizmente ainda oiço no consultório… “estou grávida mas não quero ganhar peso ou talvez ainda perder peso….” E isso é de todo uma incongruência porque todos sabemos que os bebés têm de ganhar peso para poderem sobreviver no mundo exterior. Se fizermos contas no 1º trimestre o feto deve apenas ganhar 300g, no 2º trimestre o bebé vai crescer mais e ganhar apenas 1000g e só no 3º trimestre o bebé já está quase pronto para nascer deve atingir 3000g. Além disso o volume de sangue aumenta 50%, o líquido amniótico aumenta juntamente com o peso em água corporal, a placenta tem um peso de 500g e ocorre um aumento de peso mamário para preparação para o parto e amamentação. Fazendo bem as contas o aumento do peso é uma aumento que resulta das estruturas desenvolvidas aquando da gravidez e que no momento do parto quase a totalidade desse peso é perdida. Por isso recomendo que o ideal para aumento de peso na gravidez são entre 5 a 7kg.

Preencha os campos abaixo para garantir a sua vaga!


This will close in 0 seconds

Scroll to Top